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11
Out19

O Ti António Céu

Aurora Madaleno

O Ti António Céu

 

Era o tempo das castanhas piladas. Nos caniços, colocados nas cozinhas por cima das lareiras, as castanhas já tinham secado o suficiente para serem pisadas, descascadas e comidas ou postas à venda aos negociantes que as vinham comprar directamente aos produtores da aldeia.

Na nossa casa não havia caniço. Era na casa do meu Avô Madaleno que se colocava o caniço todos os anos no mês de Novembro, logo a seguir à Festa de Todos os Santos ou, pelo menos, a seguir ao São Martinho.

Os castanheiros do Vale da Maria tinham produzido bem. Estavam carregados de castanhas. A família e os amigos ajudaram a apanhar as castanhas espalhadas pelo chão. Alguns ramos dos castanheiros foram abanados para as castanhas se soltarem dos ouriços. Havia ouriços caídos no chão que era preciso britá-los ou simplesmente abri-los melhor com um jeito de sapato ou dois pauzitos. Com as mãos não se atreviam, que os espinhos aguçados picam os dedos oh...! Enchiam as cestas de castanhas que iam despejar nas sacas de serapilheira dispostas ao longo do souto dos castanheiros. As sacas eram carregadas no carro de bois e trazidas para a loja da casa.

Farturinha de castanhas! Escolhiam-se as mais grossas para cozer e as mais miúdas para assar ou para subir para o caniço. Os negociantes apareciam a comprar todas as que o meu Pai e o meu Avô Madaleno quisessem vender.

Mas vamos às castanhas piladas...

Tanto que eu gostava de ver o Ti António Céu a pisar as castanhas!

Eu e as minhas amigas Maria Campinhas e Isabelinha Malhadas interrompíamos a brincadeira para subirmos a escaleira da vizinha e vermos o Ti António Céu dentro do cesto, agarrado com as mãos ao batente da porta e com as pernas a dançar para a esquerda e para a direita quase sem levantar os pés. Que giro! Ele ria-se para nós e nós dávamos gargalhadas umas para as outras. E ficávamos a admirar a dança do Ti António Céu ... e a vê-lo ir com as mãos ao fundo do cesto e trazer um par de castanhas a que tirava o resto da casca e distribuía por nós as três meninas curiosas. Eram as castanhas dondinhas que ele nos dava: castanhas que não tinham secado bem e nós mastigávamos com muito agrado. Eram docinhas e dondinhas! Dondinhas quer dizer molinhas.

Aos sete anos vim para a Escola, já na Guarda, e nunca mais vi o Ti António Céu.

Agora, quando compro castanhas piladas e me aparece uma dondinha, fico contente a saborear o doce e a saudade das castanhas que nos dava o Ti António Céu - o homem que, em quase todas as casas de Vale de Espinho, pisava as castanhas tiradas dos caniços. Tinha jeito para essa tarefa e a sua disponibilidade dava para angariar alguma retribuição que também jeito lhe daria.

 

Aurora Martins Madaleno

13
Jun13

Castelo do Sabugal

Aurora Madaleno

Castelo do Sabugal

 

Fui ao Castelo e subi,

Para ver o horizonte.

Lindas searas que vi,

Do outro lado da ponte,

 

Casario da cidade,

Arvoredo e lindas hortas,

Pássaros em liberdade,

Flores enfeitando portas,

 

As cegonhas, nos seus ninhos

Em duas torres sineiras,

Entretinham seus filhinhos

Com alegres brincadeiras.

 

Depois, desci as escadas

Que escolho sempre das quatro,

Mas todas têm resguardas,

E andei pelo anfiteatro.

 

Palco e lavabos mirei;

Estava tudo um brinquinho.

Muito vaidosa fiquei

Por eu ser de Vale de Espinho.

 

Aurora Martins Madaleno

23 de Maio de 2013

30
Jul12

Centro Social Paroquial de São José de Vale de Espinho

Aurora Madaleno

 

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL DE SÃO JOSÉ DE VALE DE ESPINHO

 

O Centro Social Paroquial de São José, de Vale de Espinho, no concelho do Sabugal, é uma fundação da Fábrica da Igreja Paroquial de Vale de Espinho, aprovada pelo Bispo da Diocese da Guarda, nos termos do direito canónico, em 11 de Dezembro de 1986.

Foi registado como uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), nos termos da lei civil. (vide Declaração)*

Os membros da primeira direcção e subscritores dos Estatutos, em 3 de Dezembro de 1986, pela Paróquia de Santa Maria Madalena de Vale de Espinho, foram os seguintes:

- Padre Carlos Alberto Pereira, presidente

- José Fernandes Malhadas, vice-presidente

- Amadeu Martins Rato, primeiro secretário

- Diogo Gonçalves Clemente, segundo secretário

- José Antunes Coceiro, tesoureiro

- José Vaz Silva, tesoureiro substituto.

 

*

Declaração de 27 de Fevereiro de 1992 - Declara que foi legalizado e registado na Direcção-Geral da Acção Social, sob o número 44/87, a fl. 130 do livro número 3 das Fundações de Solidariedade Social, o Centro Social Paroquial de São José de Vale de Espinho. Este registo foi tornado definitivo em 4 de Julho de 1988, pelo averbamento n.º 1 à referida inscrição. (In: Diário da República, III Série, n.º 73, de 27 de Março de 1992, p. 5416)

Declaração

Declara-se, em conformidade com o disposto no estatuto aprovado pelo Decreto-Lei n.º 119/83, de 25 de Fevereiro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 402/85, de 11 de Outubro, e no regulamento aprovado pela Portaria n.º 778/83, de 23 de Julho, que se procedeu ao registo definitivo dos estatutos da instituição particular de solidariedade social abaixo identificada, considerada como pessoa colectiva de utilidade pública.

O registo foi lavrado provisoriamente pela inscrição n.º 44/87, a fl. 130 do livro n.º 3 das fundações de solidariedade social, e considera-se efectuado em 17 de Julho de 1987, nos termos do n.º 2 do artigo 13.º do regulamento acima citado.

Este registo foi convertido em definitivo em 4 de Julho de 1988, pelo averbamento n.º 1 à referida inscrição. Dos estatutos consta, nomeadamente, o seguinte:

Denominação - Centro Social Paroquial de São José de Vale de Espinho;

Sede - freguesia de Vale de Espinho, concelho do Sabugal;

Fins - contribuir para a promoção integral de todos os paroquianos, num serviço e espírito de solidariedade humana, cristã e social.

Direcção-Geral dos Regimes de Segurança Social, 27 de Fevereiro de 1992. - Pelo Director-Geral, o Director de Serviços, António M. M. Teixeira.

 9-2-92

 

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