Diocese de Pinhel
DIOCESE DE PINHEL
A Diocese de Pinhel é uma diocese histórica, sendo actualmente uma Sé titular.
Foi criada por bula do Papa Clemente XIV de 25.08.1770, ao mesmo tempo que a de Penafiel, a pedido do Rei D. José que mandou erigir em cidade a futura sede do bispado
O primeiro Bispo nomeado foi D. Frei João Rafael de Mendonça (1770-1771), que não chegou a tomar posse porque foi transferido para a Sé do Porto.
O primeiro Bispo efectivo foi D. Cristóvão de Almeida Soares de Brito (1772-1782).
O segundo Bispo da diocese de Pinhel foi D. José António Pinto de Mendonça Arrais (1782-1797).
Seguiu-se D. Bernardo Bernardino Beltrão Freire (1797-1828), que foi Bispo da diocese durante as invasões francesas e a revolução liberal. D. Bernardo Beltrão morre a 19.07.1828, sendo nomeado Vigário pró-capitular o Padre Manuel Farinha Beirão, enquanto Pinhel fosse «sede vacante». O Padre Farinha Beirão continuou Governador do Bispado e Vigário Pró-Capitular até à nomeação do último bispo por D. Miguel, em 1832.
Em Janeiro de 1832, foi nomeado o Bispo por D. Miguel, D. Leonardo de Sousa Brandão (1832-1838), mas D. Pedro declarou vaga a diocese de Pinhel, logo no ano seguinte (1833) e o Bispo teve de fugir e acabou por falecer em 19.04.1838, em casa de um seu irmão, sem os cuidados médicos necessários, para não ser descoberto o seu paradeiro, e foi enterrado de noite no dia seguinte.
A não nomeação de sucessor para o Bispo D. Leonardo Brandão explica-se pela disposição dos liberais de reduzirem o número de dioceses no país.
Assim, verifica-se o recurso a Governadores de Bispado que se foram sucedendo.
O Arcebispo de Braga era o administrador da Diocese que cometia a jurisdição espiritual ao Governador do Bispado. Em 22.09.1874, foi nomeado o Dr. António Mendes Belo (1874-1881), administrador diocesano, professor do Seminário de Pinhel e futuro Cardeal Patriarca de Lisboa, que teve como substituto para os seus impedimentos o Padre António Bernardino Ferreira Cardoso, abade de Algodres.
O último Vigário Geral e governador do Bispado de Pinhel foi o Padre João António Caldeira de Araújo, antigo professor do Seminário de Pinhel e abade de Nossa Senhora da Assunção da Atalaia.
A Sé Catedral de Pinhel era a agora Igreja Matriz de Pinhel, que havia sido edificada no século XVI como capela do antigo convento das Clarissas de São Francisco.
A diocese de Pinhel manteve-se vaga até ser extinta pelo Papa Leão XIII, por Bulla Gravissimum Christi Ecclesiam regendi et gobernandi munus, de 30.09.1881, encarregando da sua execução o Cardeal D. Américo.
Em 14.09.1882, o Rei aprovou a proposta do Bispo do Porto, sendo extintas cinco dioceses: Aveiro, Castelo Branco, Elvas, Leiria e Pinhel, ficando o total de dioceses reduzido a 12. A diocese de Pinhel foi incorporada na Diocese da Guarda, que passou a ser a terceira maior do país em paróquias.
Depois da extinção do bispado em 1882, o edifício do Paço Episcopal foi comprado pela Câmara Municipal de Pinhel, tendo sido utilizado até à actualidade para diversos fins.
Como diocese mantém, ainda, o nome na lista universal. Sendo uma diocese sem território, Pinhel continua, pois, a ser uma Sé titular, ou seja, circunscrição eclesiástica histórica, existindo apenas como título.
O título de bispo titular de Pinhel continua a ser usado por bispos auxiliares, à semelhança do que sucede com outras dioceses históricas de Portugal extintas. Referimos como bispos titulares de Pinhel: Thomas Kiely Gorman (1969-1971); Mervyn Alban Alexander (1972-1974); Hugo Mark Gerbermann (1975-1996); Manuel José Macário do Nascimento Clemente(1999-2007); Guillermo Martín Abanto Guzmán (2007-2019).
Aurora Madaleno