6.º Encontro dos Antigos Alunos da Escola do Magistério Primário da Guarda
Curso de 1957-1959
A Guarda tem um encanto que nenhuma outra cidade consegue despertar em mim. É sempre com satisfação que ali me desloco nas férias. São dias muito especiais em que descanso e vivo como que voltando à minha infância, à minha mocidade. Passeio nas mesmas ruas em que me criei e quase nem me dou conta de que nelas caminham pessoas que nunca conheci. Reparo em rostos que me são familiares mas de que não recordo nem o nome nem qualquer relação ao meu passado; no entanto, sorrio e sabe-me bem respirar o mesmo ar de todos os que hoje ali vivem e de tantos outros que, como eu, percorrem os lugares das suas recordações. Se há visitas guiadas pelo centro histórico, também aproveito ver e aprendo sempre alguma coisa com as explicações que vou ouvindo.
Este ano de 2011 voltei a subir à Sé e senti-me muito bem. Tinha-me inscrito para o Encontro do curso 1957-1959 e fiz umas feriazinhas pelo 10 de Junho – uma bela oportunidade para respirar e ver tudo de novo. “Parece que o tempo volta para trás”, ouvi dizer, mas não volta, não. O que volta é a alegria de nos reencontrarmos. A descontracção reaparece e sentimo-nos soltos das preocupações das pessoas adultas em que nos tornámos. Conversamos sobre a vida que agora temos e sobre colegas que nunca mais vimos, rimos, dançamos, comemos de tudo o que aparece na mesa e nada nos vai fazer mal. É dia de festa, o dia de reencontro. Que bom! Estive 50 anos sem ver colegas que não esqueci. Afinal voltámos e estavam ali comigo de novo a petiscar, a sorrir, a conversar: a Augusta Relvas, a Adélia, a Irisalva, a Cremilde, a Maria José Fernandes, a Joaquina e a Maria Joaquina, a Mariazinha, a Maria de Lurdes Gomes e a Maria de Lurdes Batista, a Imelda, a Margarida, a Miquelina, a Maria Otília, a Maria Antonieta, o Alfredo, o Adérito, o Barroso, o João Ramos, o Victor. Não há rugas nem cabelos brancos que façam esquecer os tempos de estudo, os professores, o estágio, os sonhos e as esperanças que nos fizeram “senhoras e senhores” respeitados pelos nossos alunos naquela nossa idade ainda tão cheia de juventude. Falámos de todas essas coisas, das nossas sensações. E ouvimos o trinar da guitarra e a voz do fado, muitos de nós recordando outros momentos de serenatas e de capas ao vento. Lindo! Eu gostei. Gostei muito e, por isso, deixo um bem-haja aos organizadores deste Encontro. Felicito-os pela boa refeição e pelo ambiente humano que nos proporcionaram. As fotografias “falam” desse ambiente. Ano após ano nos encontraremos, enquanto Deus quiser.
Abraços. Beijinhos.
Aurora Madaleno