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01
Dez16

1.º Encontro entre Universidades, por uma Universidade Intergeracional

Aurora Madaleno

1º Encontro entre Universidades (Outubro de 2001, na Reitoria da Universidade de Lisboa)

por uma Universidade Intergeracional

 

As Universidades e Academias Seniores

  

As Universidades da 3ª Idade tendem a ser comunidades autónomas de saberes e competências dedicadas à educação e ao conhecimento.

Cada uma tem o seu projecto educativo próprio e autónomo.

Cada uma procura estabelecer interacção com a comunidade e o território em que se insere.

É seu propósito contribuir para dar resposta às exigências de desenvolvimento do País quanto à formação das pessoas adultas e idosas de nível superior.

 

O ensino é ministrado, quase sempre, em regime de voluntariado e de troca de saberes, quer entre os mais velhos, quer para outras pessoas interessadas em aumentar e variar as áreas da sua cultura sem, contudo, aspirarem a obtenção de diplomas ou de graus académicos.

Os padrões de qualidade inerentes ao ensino superior são muito variáveis. Algumas conseguiram já atingir um bom nível educacional e desenvolvem actividades sócio-culturais que as não envergonham perante estabelecimentos públicos ou particulares reconhecidos oficialmente.

Alunos que frequentam as universidades tradicionais já começam a aparecer nas nossas Universidades da 3ª Idade, para frequentarem as aulas e assistirem às nossas conferências culturais e debates sobre temas muito variados e da actualidade, bem como para participarem nas nossas actividades artísticas. A título de exemplo, posso referir que tenho uma aluna da Licenciatura em Psicologia que, ao sábado, frequenta as minhas aulas de Direito e nas tardes de sexta-feira assiste às conferências culturais que promovemos durante este ano 2001.

Assim como temos alunos que são médicos ainda a exercerem em clínicas, empresários e funcionários públicos ainda no activo.

 

Estes estabelecimentos a que chamamos Universidades para a Terceira Idade ou Academias começaram a nascer em Portugal e noutros países da Europa nos anos 80 do século passado (XX).

Muitas delas impulsionadas por associações cujo objectivo era ocupar os tempos livres dos idosos e aprofundar o seu saber e a sua cultura.

Os lares e os centros de dia davam já alguma resposta às necessidades de acompanhamento e de convívio às pessoas idosas, doentes ou sem apoio da família.

Mas havia, ainda, uma franja de necessidades a que dar resposta. Era preciso ajudar a manter o ritmo de vida aos que se reformavam, aos que perdiam emprego, aos que ficavam sem os filhos ou sem o/a companheiro/a.

Era preciso manter acesa a chama do gosto pelo saber, pelo debate de temas científicos ou da vida do dia a dia. Manter a actividade intelectual.

Era preciso, ainda, proporcionar que muitos comunicassem a outros muitos o que aprenderam, experimentaram e viveram até ali.

E as Universidades para a 3ª Idade nasceram, visando a integração e manutenção do idoso na sociedade, através da promoção de actividades culturais, artísticas, desportivas e recreativas, bem como do desenvolvimento da investigação e publicação das suas obras quando de qualidade.

Com ou sem o apoio do Estado, mas nasceram. E estão aí. Com o nome de associações, de academias, de escolas, de universidades.

 

As comunidades deram estas respostas aos problemas que sentiram.

O crescimento da percentagem de pessoas com mais de 65 anos ocasionou este movimento, designadamente entre grupos de pessoas que se aposentavam.

A Igreja viu desabrochar muitas delas nas suas instalações.

Algumas autarquias locais tentam ajudar.

Mas é, sobretudo, o entusiasmo e a carolice dos professores e alunos que os levam a fazerem estas experiências tão interessantes, à sua custa.

 

O poder político vai ter que olhar esta realidade e apoiar estas iniciativas.

Cada vez teremos mais idosos. Os jovens devem ajudar os idosos a actualizarem os seus conhecimentos. E também eles podem aproveitar e aprender com estes exemplos de vida, porque as Universidades da Terceira Idade são autênticos espaços de cultura, convívio e alegria.

O diálogo intergeracional tem que ser promovido.

Penso que deste 1º Encontro Nacional poderá sair o compromisso de se organizarem encontros regionais sobre o mesmo tema, envolvendo as próprias Associações Académicas.

 

Termino saudando os responsáveis pela organização deste Encontro, os Representantes do ME, do MT, do CRUP, da Associação das Universidades Privadas e o Magnífico Reitor desta Universidade de Lisboa que nos acolheu.

A iniciativa e a presença de V. Exas são um estímulo para nós. BEM HAJAM!

  

Lisboa, 30 de Outubro de 2001

(em nome das Universidades e Academias da Terceira Idade)

Aurora Martins Madaleno

(presidente do Conselho Directivo da ULTI)

 

 

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